Cristo
disfarçado
Cena 1- Entrada - Missa
(Blackout.
A luz pisca e mostra o palco. Dando a sensação de uma igreja com um altar e
oito bancos vazios. Enquanto as luzes piscam o padre vai se. aproximando do
altar em cada fleche de luz. Blackout.
Pisca a
luz e Junhinho, filho mais novo,
aparece sentado no oitavo banco. Blackout.
Pisca
luz e a Dona Gravósa, sogra, aparece
sentada no segundo banco. Blackout.
Luz
pisca e Sr. Alfredo, pai, aparecem
sentado no primeiro banco. Blackout.
Pisca a
luz e Juliana, a filha do meio,
aparece sentada no sétimo banco. Blackout.
Pisca à
luz Dona Matilde, mãe, aparece
sentada no terceiro banco. Blackout.
Luz
pisca e Caíque, filho mais velho,
aparece no sexto banco. Blackout.
Pisca a
luz e a Seu Zeca, dono do boteco,
aparece sentado no quinto banco. Blackout.
Luz
pisca e o Irmão Bento, padre,
aparece já no altar e começa a missa. E os demais personagens sentados nos
bancos assistem a missa desanimados, menos o Sr. Alfredo.)
Irmão Bento: - Evangelho de hoje, Matheus – capitulo
25, versículo 40. “todas as vezes que fizeste isto a um desses meus irmãos mais
pequeninos, foi a mim mesmo que o fizeste”. Palavras da nossa salvação.
(levanta a bíblia e mostra apara o publico)
Sr Alfredo: (bate palmas sozinho, olha sem graça para
os outros e para)
Todos: (desanimados) – Gloria a voz Senhor.
Irmão Bento: (homilia, falando para a platéia) – É
isto mesmo meus irmãos. Quem não for capaz de ver Jesus na pessoa do outro,
jamais será capaz de ver a pessoa do próprio Jesus. Evangelho, Matheus –
capitulo 25, versículo 40. Ide em paz, e que o senhor voz acompanhe.
Todos: (desanimados) – Graças da Deus.
(Missa
acaba).
Cena 2 – Conversa com o
padre
(Padre vai indo ate o primeiro
banco. Sr Alfredo anda em direção ao fundo do palco lentamente e pensativo.
Enquanto Sr. Alfredo passa entre os bancos os personagens saem de cena para as
laterais. Sr. Alfredo chega ao fundo e tem a intenção de sair, mas dá meia
volta para falar com o padre)
Sr. Alfredo: - irmão bento, eu estou vivendo um grande
problema. Estamos passando por seria crise financeira. Tudo em nossa casa da
errado, de uns tempos pra cá, nada da certo em nossa vida. Minha família vive
um pequeno inferno. Minha mulher esta sempre doente. Ela só sabe reclamar da
vida e dos problemas.
D Matilde: (entra em cena e senta com o biótipo
descrito).
Sr. Alfredo: - eu de vez em quando, acabo exagerando
na bebida.
Seu Zeca: (entra em cena e senta com o biótipo
descrito).
Sr. Alfredo: - Meu filho mais velho usa drogas, tem um
corpo cheio de tatuagens, e é desleixado.
Caíque: (entra em cena e senta com o biótipo descrito).
Sr. Alfredo: - minha filha é terrível. Cada dia ela
aparece com um namorado diferente e, o pior, usa umas roupas que o Senhor nem
pode imaginar.
Juliana: (entra em cena e senta com o biótipo descrito)
Sr. Alfredo: - meu filho caçula, já foi expulso de
três colégios. Só que saber de andar de skate e jogar vídeo game.
Juninho: (entra em cena e senta com o biótipo descrito)
Sr. Alfredo: - E o PIOOOOOOOOOR, e Pior, e o pior de
tudo, é que hoje faz seis meses, três dias e quatro horas que minha sogra esta
morando conosco. (suspira de desanimo)
Dona Gravósa: (entra em cena por momentos enquanto se
senta com o biótipo descrito)
Sr. Alfredo: - Para o senhor vê, tudo esta dando
errado, por isso vim pedir sua ajuda. O que eu faço? Nós já fizemos de tudo que
nos ensinaram, tentamos até um mapa astral... (congelam)
Dona Matilde: - Pega um mapa astral e todos tentam
procurar como se fosse um mapa do tesouro e à medida que vai andando pelos
bancos essa busca astral vira uma bagunça. Até dona gravosa se irritar e num
surto jogar todos no chão de uma só vez. (Sogra sai de cena)
Sr. Alfredo: - Como não funcionou, tentamos passar
incenso pela casa toda.
Todos: - Acendem o incenso juntos e levantam de uma só vez e passam incenso
por todo lugar.
Sr. Alfredo: - Minha sogra até tentou rodar, mas
seguraram ela antes.
Dona Matilde: - Entra e começa o ritual de rodar de
roda Bahia.
Todos: - Seguram a sogra e a carregam para coxia.
Sr. Alfredo: - E por fim tentamos ate uma pirâmide.
Todos: - Entram tentam montar a pirâmide e caiem.
Sr. Alfredo: - Todo mundo se quebrou e não resolvemos
nada seu padre.
Então eu
resolvi procurar o Senhor. Já que o Senhor é um homem tão Santo e tem visões,
será que o Senhor poderia me dizer as causas desses problemas todos? Eu já não
estou mais agüentando mais essa vida.
(ajoelha e aflito com mãos juntas), por favor, me ensina uma reza, ou
faça uma oração por nos. (aumenta o tom) PELO AMOR DE DEUS NOS AJUDE.
Irmão Bento: - (coloca a Mao em direção a cabeça do
Sr. Alfredo o levantando, indo para frente do palco vagarosamente parando entre
o banco da sogra e do filho mais velho) - O senhor esta me mostrando uma coisa
muito grave! (param) Deus esta me revelando que dentro da sua casa tudo vai mal
(movimento com a mão insinuando a casa como indo mal).
Todos: (Voltam lentamente para seus lugares).
Sr. Alfredo: - Disso eu já sei né seu padre.
Irmão Bento: Porque vocês estão cometendo o pior
pecado da face da terra, é algo muito serio. Mas não sei se posso revelá-lo ao
senhor.
Sr. Alfredo: (volta a ajoelhar-se suplica) - Por
favor, Irmão Bento! Para isso que vim aqui. O que esta acontecendo?
Irmão Bento: -(Dão mais alguns passos e param ao lado
do banco da dona Matilde)
- sabe meu irmão, o problema é que dentro da
sua casa vocês estão cometendo o pior pecado do mundo. Nem tenho coragem de
falar sobre isso...
Sr. Alfredo: - (implorando e puxando a roupa do padre)
mas homem de Deus, por favor. O Senhor pode falar sem ter medo. Quem esta
cometendo este pecado? (Sr Alfredo pensa) Eu já estava mesmo desconfiando da
minha esposa. (faz gestos expressões com as mãos).
Dona Matilde: (da um espirro, para chamar a atenção da
platéia, coça a orelha dando a impressão de que esta falando dela)
Sr Alfredo: - O senhor pode me contar que eu acabo com
a vida do sujeito. (faz mais alguns gestos com as mãos)
Irmão bento: - (interrompe com seriedade, voltando a
andar indo pra frente do palco) Não é nada disso! O pecado que estão cometendo
é o pior pecado de todos.
Sr. Alfredo: - Mas que pecado tão terrível é este?
Pelo amor de Deus, pode falar que estou preparado para ouvir. (tapa os ouvidos)
Irmão Bento: - Bem, meu filho. O senhor sabe que Deus
é amor?!!! Deus amou tanto o mundo, que mandou seu único filho para que todos
que nele acreditassem fossem salvos. Jesus veio e nós o matamos. Então Deus
mandou Jesus novamente para a terra, só que ele não poderia vir com o mesmo
rosto de antes, senão o mundo o mataria mais rápido ainda, e diante das câmeras
de televisão. Então Jesus voltou só que ele veio disfarçado. E a verdade é que
um dos membros de sua família é o próprio Cristo, disfarçado.
Sr. Alfredo: - O senhor está falando que lá em casa
mora o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, disfarçado? É melhor o senhor
conferir ai na sua bíblia, porque acho isso impossível. Se o senhor conhecesse
minha família não falaria uma barbaridade dessas... É que o senhor não faz
idéia de como é a nossa família...
Irmão bento: - É isto mesmo! Como vocês não o
reconhecem tudo vai mal. Enquanto vocês não descobrirem quem é Cristo
disfarçado, nada vai mudar na vida de vocês. (abraçando-o)
Sr. Alfredo: - Sério mesmo?(com um ar de espanto) Ah,
mas eu vou resolver isso, ou não me chamo Alfredo.
Irmão bento: - (padre sai de cena).
Cena 3 – Tentação - Bar
Sr. Alfredo: - (Saiu daquele encontro cheio de
preocupação), Enquanto passava enfrente o bar começa a ouvir vozes.
Vozes: Ei, psiu, vem aqui tomar um geladinha, Ahau, cerveja Geladinha, não
me resista, vem pra Ca, é tão bom.
Sr. Alfredo: - Não, não posso beber, tenho que ir pra
minha casa, o padre disse...
Vozes: Voltar pra casa onde só tem gente que te odeia aquela gorda, seus
filhos nem ligam para você, vem Ca, vem, vem, vem, (as vozes vão puxando para o
bar). VEMMMMMMMM.
Vozes: Bem vindo!!! Ao bar do Zeca.
Sr. Alfredo: - E ai seu Zeca, Blz?
Zeca: - Fala ai o que manda seu Alfredo?
Sr. Alfredo: - Manda a da boa branquinha, enche o
caneco ai.
Zeca: - Vai tapar o nariz por homem?
Sr. Alfredo: - Gosto dela pura, só em sentir o cheiro
já fico com a boca cheia de saliva, para não contaminar o sabor, tapo o nariz
para não correr o risco de salivar.
Sr. Alfredo: - Manda mais uma ai.
Sr. Alfredo: - Manda mais uma ai.
Zeca: - Só se você pagar à próxima (irritado).
Sr. Alfredo: - Pó seu Zeca ta duvidando de mim um
homem tão confiável (sarcástico).
Zeca: - (já sem paciência). Ta bom, essa é a ultima. Mas ai o que manda,
tah fazendo o que aqui essa hora.
Sr. Alfredo: - Você não sabe, fui à igreja, e o padre
disse que Cristo tah disfarçado na minha casa em um dos membros da minha
família.
Zeca e Vozes: - (Gargalhadas).
Zeca: - Jesus Cristo, Santo, Aquele Home la do céu, disfarçado na sua casa,
só se for no cachorro. Vai pra casa que o senhor já ta estragado, e volta pra
me pagar viu.
(Sr.
Alfredo vai para casa).
Cena 4 – Reunião de
família
(Todos
sentados em seus aposentos, Sr. Alfredo chegar).
Sr. Alfredo: - (bêbado e gritando) Reunião de família
aqui agora!!!
Todos: - (Fingem não ouvir).
Sr. Alfredo: - Mulher, Juliana, Caíque, o
menorzinho... Juninho e a gorda da sogra também.
Todos: - (olham meios desconfiados, mas não atendem).
Sr. Alfredo: - Eu fui na igreja e o padre me falou que
Cristo esta disfarçado aqui em casa em um de nos.
Todos: - (Levantam rapidamente de uma só vem em um só movimento e se dirigem
até Sr. Alfredo).
Juliana: - Como é?
Caíque: - Eu ouvi bem?
Dona Matilde: - Cristo Disfarçado aqui em casa.
Juninho: - Um dos membros de nossa família.
Dona Garvósa: - Só pode ser uma piada.
Sr. Alfredo: - E verdade, palavra de homem, eu fui na
igreja e o padre com suas santa bens, suas santas mão, me disse que cristo ta
aqui. E eu quero saber agora! Que se apresente agora!
Dona Garvósa: - Eu te falei minha filha que esse homem
era um traste. (sai)
Dona Matilde: - Eu devia ter te ouvido mãezinha, agora to
casada com um bêbado que só fala bobagem. (sai)
Juliana: - E pai, meu teu o loko, vou para meu
quarto que ganho mais. (sai)
Caíque: - (Só balança a cabeça, com ar de pena). (sai)
Juninho: - Pai já vi que a cachaça ta fazendo efeito
mesmo em. (sai)
Cena 5 – Questionando o
padre
Sr. Alfredo: - (andando de um lado pro outro) Mais não
é possível, o Irmão Bento disse que cristo tava aqui, vou ligar pra ele então.
A minha mulher deve ter o telefone dele por aqui (Começa a procurar na mesa da
sala).
Vozes:- Tririm, tririm, tririm....
Sr. Alfredo: - Seu padre, seu padre, seu padre!
Irmão bento: - Quem é, quem é, quem é?
Sr. Alfredo: - Só eu Seu padre Ta vendo eu não? (olha
para o telefone como se fosse uma webcam) Aqui é Alfredo, eu estive ai hoje. O senhor me disse que o Cristo disfarçado
estava morando em minha casa. Queria pedir que o senhor conferisse melhor o
endereço, da uma olhada ai nas suas bíblias, seus santos. Pois fiz uma ampla
pesquisa com minha família e descobrimos que, em nossa casa, Ele não mora.
Irmão bento: - (irredutível) Deus não erra não viu meu
filho. Se ele disse que ta é por ta, procura direitinho e quando achar me
procura novamente.
Sr. Alfredo: - (Se questionando) o monge é um homem
santo! Mas como pode cristo aqui em casa! No entanto tudo que ele falou ate
hoje deu certo! Será que inventou uma historia dessa? Não já mais irmão bento
faria isso.
Cena 6 – Deve ser...
Juninho: - (Via até o quarto de Caíque) Quem sabe
seja a vovó?
Caíque: - A vovó? Tah loko!
Dona Matilde: - (ouve e concorda) E verdade, a mãe é a
única que reza.
Juliana: - Ela é a mais velha!
Dona Garvósa: - Eu! (Ar de espanto).
(Todos
se juntam e vão até o Sr. Alfredo).
Juninho: - É pai talvez seja a vovó!
Sr. Alfredo: - (enfurecido) Meu filho, não fale uma
bobagem dessas, nem por brincadeira.Ajoelha aqui, vamos. Cale essa boca. Onde
já se viu falar uma coisas dessas! Oh, meu Deus, perdoa por essa blasfêmia.
Filho olhe bem para sua avó. Como é que Cristo poderia se disfarçar num
trambolho desse? Meu filho, eu quero que você aprenda uma coisa, desde pequeno,
para nunca mais esquecer: Sogra a gente deve gostar, igualzinho eu gosto de
cerveja, ou seja, geladinha em cima da mesa (faz o gesto).
Juliana:
- Então deve ser o papai.
Dona Garvósa: - (foi a vez da sogra externar sua raiva). Ah
deve ser mesmo! Eu fico olhando para a cara desse homem e imaginando Cristo
disfarçado nessa anta, Você já ouviu falar que Cristo era um alcoólatra,
mal-educado, homem bruto e sem escrúpulos? Agora é que estamos pecando. Este
homem é um jumento em forma de gente. Nunca vi uma pessoa mais ignorante. Como
é que ele pode ser cristo?
Dona Matilde: - (complementou). Alfredo ser o Cristo
disfarçado? Isso é piada. Ele é um homem da pior espécie possível. Vive
deixando roupa espalhada pelo chão do banheiro. Quando falo com ele, está
sempre bocejando. Fuma no quarto. Assiste à TV sempre com o controle remoto na
mão. Chega vai direto para a cama. Bebe feito um condenado. Não corta e nem
limpa as unhas dos pés. Chega a esquecer o nome de uns dos filhos e fica
perguntando como se chama o menorzinho deles? E você Juliana vem me falar que
ele pode ser o Cristo disfarçado? Tenha dó, minha filha.
Caíque: - Talvez seja a mamãe!
Sr. Alfredo: - (mais uma vez se enfureceu) Meu filho,
isto é outra bobagem sem tamanho. Sua mãe só sabe reclamar da vida. Basta à
gente pegar o jornal para ler e ela já vem puxando conversa fiada, e quando a
gente está morrendo de sono ela vem querendo ter uma conversa séria. Enche a
casa de plantas e ainda coloca uma samambaia bem em cima do DVD. Quando eu
quero ir a uma festa, ela faz cara feia, mostra desânimo e faz para que eu
desista. Erra sempre quando me compra uma roupa de presente ela logo o repassa
a empregada. Vive falando mal da minha mãe. Chorou a gravidez inteira e tudo o
que vocês fazem de errado ela já diz que puxou o pai. Meu filho, como ela pode
ser cristo? Olha, a Bíblia diz que Jesus curava todas doenças. A sua mãe tem
todas as doenças. Ela ao contrario de Jesus! Depois, se sua mãe fosse o Cristo
disfarçado, a cruz de Jesus teria de ser de aço ou ferro fundido. Que outra
cruz suportaria uma baleia dessas? Sua mãe só sabe comer e reclamar...
Juliana: - Talvez seja o Caíque!
Juninho: - (Foi a vez do Juninho brigar). Como o
Caíque? Jesus por acaso fumava maconha? Olhe bem para a cara do Caíque: um
cabelo horroroso (meche no cabelo dele). Ele nunca lava os cabelos. E aquela
caveira que ele tem tatuado nas costas?
Caíque: - (vira e tenta mostra a tatuagem).
Dona Matilde: - (Apavorada) Não mostra, não mostra!
Juninho: - Como pode ser Cristo disfarçado?
Dona Garvósa: - (Exclamou) Pode ser o Juninho ele é o
mais novo da casa!
Juninho: - (com o rego inflado cruza os braços) Ah
moleke!
Juliana: - (mais piriquete que nunca). Mamãe, que
absurdo! Jesus era um menino muito inteligente. A bíblia diz que aos doze anos
ele se perdeu e quando a mãe o encontrou ele estava no meio de doutores,
explicando-lhes as Escrituras. O Juninho é um burrinho em forma de gente. Já
foi expulso de três colégios, e este ano, pelo jeito que está, vai ser
reprovado novamente!
Dona Garvósa: - (com os olhos cheios de ternura). E ser
for a Juliana?
Caíque: - (revoltado). O quê? A Juliana ser Jesus?
Isto sim é que é uma blasfêmia! Olhe bem para as roupas que ela usa. E os
namorados? A senhora sabe que ela é chamada de vassourinha da nossa rua? Já
varreu todos os rapazes. Namorou e ficou a com a maioria deles. A única coisa
que a Juliana é parecida com Jesus é a roupa. Ela se veste igualzinho o Cristo
quando foi pregado na cruz. Nunca poderia ser Cristo disfarçado!
Sr. Alfredo: - Cristo disfarçado tah aqui (aponta para o
chão).
Todos: - (imediatamente olham pra vem onde e caem d euma só vez).
Sr. Alfredo: - Não no chão aqui! (olha para todos os
lados).
Juninho: - Vamos procurar...
Todos: - (pulam do palco e invadem a platéia e procuram entre o publico).
Cristooo, você é o cristo, Cristooo...
Cena 7 – Cobrança
Sr. Alfredo: - (Sentado, vomitado).
Zeca: - E ai seu Alfredo o manda, aposto que ta me esperando pra me pagar.
Sr. Alfredo: - Oh seu Zeca perdoa essa divida, já não
basto o dilema que to vivendo e o senhor vem me cobrar mizeros R$500,00. Eu vou
me matar, vou fugir e largar tudo.
Zeca: - (sacode seu Alfredo e diz). Você é um homem ou um saco de batata? Vai
par sua casa ficar com sua família, toma um banho que ta precisando e vai
procurar um emprego pra poder me pagar. E só o que me faltava mesmo, ter sue fazer
papel de santa madalena pra não sair no preju.
Sr. Alfredo: - Preferia ser um saco de batata. Fazer o
vou pra casa neh.
Cena 8 – Aceitação
Sr. Alfredo: - (Entra em casa e se senta no sofá).
Juninho: - E ai pai pensou no que te disse.
Sr. Alfredo: - Nem adianta nada de mesada.
Juninho: - Não e sobre a vovó ser cristo. Se bem que
a mesada não é má idéia. Então ela é a única que reza e é a mais velha da casa.
Precisamos talá-la melhor!
Sr. Alfredo: - E verdade a coroca reza mesmo, Jesus tem
mais de 2000 anos ela é quem tah mais próximo. E meu filho você pode ter razão.
Mas pensar. Vai jogar vídeo game vai!
Juninho: - Tah bom pai (sai).
Sr. Alfredo: - E verdade vai que e ela mesmo, vou levar
um cafezinho pra ela (vai até a cozinha). Tem um café de ontem aqui o beleza,
agora e só requentar.
Sr. Alfredo: - Toc, Toc...
Dona Garvósa: - Quem é?
Sr. Alfredo: - Sou eu minha sogra, seu genro querido!
Dona Garvósa: - (Resmunga) E só o que me faltava viu.
ENTRE.
Sr. Alfredo: - Bom dia... Vim trazer um cafezinho para
a senhora.
Dona Garvósa: - Para mim? Beba um gole antes.
Sr. Alfredo: - Ta desconfiado de mim.
Dona Garvósa: - Tah que você é o cristo disfarçado e eu
to recusando um café. (Da um gole)
Sr. Alfredo: - Espero que goste é de ontem.
Dona Garvósa: - O que vale é a intenção. Só pó sua boa
ação vou te ensinar a fazer um café, só que antes vamos tomar um banho, por
você ta todo fedidinho.
Sr. Alfredo: - Me deixa que sei me banhar.
(os dois
saem de cena).
Cena 9 – Compreensão
Juninho: - (Entra Com um caderno e se senta). Vou ter
que aprender isso, pra eles pararem de me chamar de burro. Mas isso é difícil
pra caramba não to entendo nada.
Caíque: - E ai muleke! Precisa de ajuda!
Juninho: - Pior que preciso to entendendo nada!
Caíque: - E claro que não vai entender nada ta de
ponta cabeça.
Juninho: - To com dificuldade em todas as mátrias. Ta vamos começar com matemática.
Quanto e 9 X 6?
Caíque: - A Vamos pular essa, que precisa saber de
matemática! Historia, vamos ver historia.
Juninho: - Ta quem descobriu o Brasil?
Caíque: - A deve ter sido os índios.
Juliana: - Vocês querem ajuda? É to vendo que
precisam mesmo. A pergunta foi quem descobriu o Brasil. E claro que foi Pedro
Vaz de caminha. Ah quer saber vamos tomar um suco e ver isso depois.
Juninho: - Mas Juliana eu também to com maior duvida
em inglês.
Juliana: - Essa é fácil basta dizer the book is on
table e ta tudo resolvido.
(saem de
sena)
Dona Matilde: - (Entra reclamando da dor de cabeça e se
senta).
Caíque: - (Entra fumando) To atrapalhado mãe.
Dona Matilde: - (irônica) Magina, eu amo essa fumaça
invadindo meus pulmões. Vai la comparar um remédio de dor de cabeça pra vai.
Caíque: - Dinovo mãe! To caindo fora (sai).
Sr. Alfredo: - (entra tentado se arrumar). Posso me
senta benzinho.
Dona Matilde: - (Afasta a cadeira). Pode neh fazer o que.
Sr. Alfredo: - Oh meu benzinho, vamos se ajeitar, eu
sei que não to sendo um bom marido, que troquei uma loira quente, por uma
gelada, eu sinto saudades benzinho, de te fazer um chamego, e alem do mais
temos três filhos lindos. Vamos todo mundo pra missa juntos amor.
Dona Matilde: -A não sei não, se você para de bufar esse
cheiro horrível na minha cara posso até pensar no casa.
Sr. Alfredo: - Amor até tomei banho.
Dona Matilde: - TEM CERTEZA? Vai pelo menos trocar de
roupa, enquanto chamo as crianças.
(todos
vão junto para missa sentam lado a lado).
Irmão bento: - Que bom! Vocês descobriram o segredo!
Na medida em que começaram a tratar os outros como se fosse o próprio Cristo,
vocês aprenderam também a ver Jesus um no outro. Com isso, descobriram algo
maravilhoso: vocês estão enxergando um ao outro com os olhos próprios Cristo.
Vocês descobriram o grande segredo. Tentando ver Cristo disfarçado, descobriram
o Cristo que existe, de fato, no coração e na vida do outro, e em cada um. E
este segredo foi Jesus mesmo quem nos ensinou: ‘’Todas as vezes que fizeste
isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizeste’’
(Mt 25,40). É isto mesmo, meu irmão. Quem não for capaz de ver Jesus na pessoa
do outro, jamais vai ser capaz de ver a pessoa do próprio Jesus.
Esse é o grande segredo para a vida em
família! Esse é o grande segredo para a restauração de nossas famílias.
Talvez você também se encontre, hoje, com
sr. Alfredo, naquela tarde em que procurou Irmão Bento. E por que as coisas não
vão bem em sua casa? Jesus está
disfarçado em um dos membros da sua família... Enquanto não se conseguir
enxergar cada um com os olhos pro próprio Cristo, nada melhorará na vida
familiar.
A maior graça que um casal precisa para si
mesmo e para seus filhos é enxergar cada um com os olhos de Jesus. Quando isso
acontece, passaram a enxergar Jesus em cada um.
Não tenha medo de transformar suas
necessidades familiares numa oração sincera e verdadeira:
Senhor,
Dá-nos
de enxergar com teus olhos,
Do jeito
que tu, Senhor enxergas.
Sonda-me
hoje e tem compaixão de cada um de nós.
Tu,
Senhor, que nos teceste no seio materno,
Dá-nos a
graça de perceber-nos
Sendo se
amor misericordioso.